sábado, 5 de novembro de 2011

05 de novembro: Beatos Miguel Kizamon e Lucas Kiiemon



Uma das características do apostolado dos missionários no Japão era a de se rodearem de fiéis do próprio local como colaboradores ativos na obra de evangelização em outras atividades. Pelo fato serem japoneses nativos, perfeitos conhecedores da língua, dos costumes e das instituições, esses ajudantes formavam uma preciosa vanguarda para os missionários. A catequese de crianças e de catecúmenos adultos em preparação para o batismo era geralmente confiada a catequistas japoneses. A assistência a doentes nos hospitais ou a domicílio, as obras de beneficência em favor dos pobres, os orfanatos para acolher crianças abandonadas ou órfãs, eram por via de regra entregues a esses maravilhosos cristãos, que repetiam nos tempos modernos os prodígios dos cristãos da Igreja primitiva.
Dentre eles, os melhores catequistas, aqueles que evidenciavam melhor formação espiritual ou davam indícios de vocação religiosa, eram admitidos à Ordem Terceira Franciscana, ou em alguns casos mesmo à Primeira Ordem. Nessa situação, mais ligados ao apostolado do missionário e imbuídos do espírito franciscano, trabalhavam ainda com mais diligência. Os Beatos que hoje recordamos estavam nesse caso: eram catequistas e terceiros franciscanos.
O Miguel foi abandonado pelos pais, quando ainda era pequeno. Acolhido por cristãos e confiado à obra da Santa Infância, onde recebeu o batismo e educação cristã. Quando já era crescido foi entregue a um comerciante espanhol. Mais tarde passou à missão, e foi acolhido pelo franciscano espanhol Padre Rojas, que lhe ministrou os estudos primários, nomeou-o catequista, e a pedido do próprio inscreveu-o na TOF. Numa região onde se deslocara por assuntos de catequese, encontrou-se com outro catequista, o Lucas, de quem se tornou amigo, e com o qual regressou a Nagasáki, onde trabalharam em conjunto desde 1618 a 1627. Nessa época de terrível perseguição religiosa, Valeram-se a sua arte de carpinteiros para construírem abrigos e esconderijos onde pudessem pôr a salvo os missionários e outros cristãos perseguidos. Essa atividade, no entanto, valeu-lhes a condenação. Reconhecidos como cristãos, foram detidos e metidos na cadeia durante vários meses. A 16 de agosto de 1627 foram tirados do cárcere e conduzidos a Nagasáki, à chamada Colina Sagrada ou Monte dos Mártires, onde foram decapitados e alcançaram a palma do martírio e a glória do céu.

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