sexta-feira, 4 de novembro de 2011

4 de novembro: São Carlos Borromeu


Carlos Borromeu é um dos mais importantes bispos da história da Igreja: notável na doutrina, na caridade, no apostolado, mas sobretudo na piedade e devoção. Costumava ele dizer que “só de joelhos se conquistam almas”, isto é, por meio da oração persistente e humilde, e foi de fato um dos maiores conquistadores de almas de todos os tempos. Nasceu em 1538 na fortaleza dos Borromeu, senhores do Lago Maior e das povoações ribeirinhas.
Sobrinho do papa Pio IV, era o segundo filho do conde Gilberto, e por esse motivo, segundo o costume vigente entre as famílias nobres da época, aos 12 anos foi iniciado na carreira eclesiástica pela tonsura. Embora isso não pudesse ser considerado um verdadeiro compromisso, ele, que manifestava já propensão para o estado eclesiástico, tomou a coisa a sério. Em Pavia, onde foi completar os estudos, logo deu mostras dos seus dotes intelectuais.
Chamado a Roma, o tio papa nomeou-o cardeal-diácono, apesar dos seus 22 anos incompletos, e além disso deu-lhe o título de acerbispo de milão e o encargo de administrar os negócios da Santa Sé, sendo o primeiro secretário de estado em sentido moderno. Amigo da cultura, fundou em Roma a academia das “Noites Vaticana”. Tomou parte no concílio de Trento, mais como executor de ordens do que como conselheiro, e empenhou-se em apressar a concusão do mesmo.
Em 1562, pela morte do irmão mais velho, competia a ele assumir os encargos da família, mas deveria renunciar à carreira eclesiástica. Em vez, disso, porém renunciou definitivamente ao título de conde e à sucessão, e preferiu ser ordenado, aos 24 anos, sacerdote e bispo. E quando dois anos mais tarde faleceu o tio papa, foi tomar posse da diocese de Milão, jque ele tinha atribuído. Nessa arquidiocese vastíssima, cujos limites continham populações lombardas, venzianas, suíças, piemontesas e lígures, o jovem prelado estava presente em toda, preocupado com a formação do clero e a assistência aos fiéis. Fundou seminários, edificou hospitais e albergues, empenhando-se em pôr em prática as reformas propostas pelo concílio de Trento, mesmo sob pena de se indispor com certos governadores. O seu amor pelos pobres levou-o a esbanjar grande parte das riquezas familiares, e a inscrever-se na TOF, para também ele viver segundo o espírito da pobreza franciscana.
Foi intrépido defensor dos direitos da Igreja contra senhores poderosos e sem escrúpulos que a prejudicavam. Também nos conventos restabeleceu ordem e disciplina, com tal rigor que um frade tresloucado chegou ao desplante de o alvejar com um tiro enquanto ele rezava na capela. Só que, por sorte ou por milagre, a bala não o feriu. Durante a peste de 1576 desdobrou-se em cuidados e assistência aos infectados, e tratou de muitos pessoalmente. Nessa campanha de caridade gastou todas as suas energias, a ponto de a sua robustez ceder a tamanha fadiga. Sucumbiu no dia 3 de novembro de 1584, com 46 anos de idade, deixando aos milaneses e a toda a Igreja a memória duma santidade heróica.

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