Era
natural duma pequena cidade da arquidiocese de Toledo. Tendo abraçado a ordem
dos frades menores, depois da ordenação sacerdotal desempenhou durante algum
tempo o ofício de mestre de noviços. Entusiasmado pela propaganda missionária
de João o Pobre, decidiu partir para o Extremo Oriente em companhia doutros
confrades. Após breve permanência nas Filipinas, desembarcou no Japão em 1601,
e aí desenvolveu intenso apostolado na zona de Nagasáki, onde mais tarde
dirigiu o convento franciscano.
A
santidade da sua vida fez dele um irmão muito estimado e procurado. Numerosos
fiéis acorriam ao seu confessionário, onde ele passa todos os dias horas a fio.
Em 1611 a situação religiosa do Japão tornou-se crítica: por ordem das
autoridades, os missionários de origem estrangeira teriam de abandonar o
território japonês. Frei Pedro preferiu continuar, disfarçado como roupa
secular, para assistir e confortar os cristãos nesse momento tão difícil, mas
por motivo de prudência mudou para outro lugar, nas vizinhanças de Nagasáki.
Apesar dessas precauções, foi atraiçoado por um cristão apóstata, e logo preso
e levado primeiro para a cadeia de Omura e depois para Córi.
Aí
teve por companheiro João Batista Machado, com quem conviveu durante mais de um
mês, em penitência, oração e colóquios espirituais. A notícia da condenação à
morte foi recebida com júbilo: <<Foi essa a graça que pedi a Deus nestes
últimos nove dias, ao celebrar a missa>> - declarou.
No
dia 21 de maio, festa da SS. Trindade, enquanto celebrava, Pedro teve a
revelação de que era aquela a sua última missa na terra. Os dois futuros
mártires, Pedro e João Batista, cantaram então o Te Deum em agradecimento ao Senhor por tão grande privilégio,
confessaram-se um ao outro entre lágrimas, e passaram a noite em oração. Ao
entardecer receberam ordens de se porem a caminho para o lugar do suplício. O
P. Pedro sustentava na mão um crucifixo, aos pés do qual tinha colocado a regra
de São Francisco. Durante o percurso, cantaram a ladainha de Nossa Senhora, que
só interrompiam para exortarem à perseverança os cristãos que encontravam.
Ao
chegarem ao lugar da execução capital, Pedro pediu para dirigir uma palavra às pessoas
que vieram assistir à sua morte. De seguida, os dois mártires abraçaram-se e
puseram-se de joelhos, com as mãos juntas e os olhos no céu, até que o verdugo
lhes cortou as cabeças, no dia 22 de maio de 1617.
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